IDH

Spread the love

O IDH é a sigla cujo significado quer dizer Índice de Desenvolvimento Humano. É uma sistematização de pesquisa que foi criada para medir comparativamente o progresso de todos os 188 países que fazem parte da Organização das Nações Unidas (ONU).

O IDH foi elaborado em 1990, tendo a liderança do projeto dois economistas renomados mundialmente. O paquistanês Mahbub ul Haq (morto em 1998 e um dos precursores da teoria) e o indiano Amartya Sen (prêmio Nobel em 1998 e professor de economia de Harvard, conceituada universidade dos Estados Unidos).idh

O IDH é utilizado e divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) desde 1993. No entanto, o primeiro relatório foi divulgado em maio de 1990, tendo a participação de Mahbub ul Haq, Amartya Sen e outros nove economistas, ainda em um contexto de fim do comunismo, queda da União Soviética e do muro de Berlim que dividia a Alemanha e a separava em Oriental e Ocidental. E já naquela época, a preocupação com a concentração de renda e a desigualdade eram grandes, com enfoque maior ainda na África.

O que é o IDH

Apesar de não ser uma metodologia completa, sendo alvo de muitas críticas por especialistas e governos por conta de suas limitações, o IDH serve como um norteador das políticas públicas de inúmeros países. Isso ocorre porque o índice auxilia a averiguar a eficiência de serviços como saúde, educação e como está a distribuição de renda nas nações.

Mas o que é IDH? Bem, o IDH reúnes três indicadores: expectativa de vida, índice de educação e renda per capita. O resultado da somatória desses indicadores vai de 0 a 1, sendo que, quanto mais próximo de 1, melhor é o IDH daquele país. Mas falaremos mais detalhadamente logo a seguir como se dá essa conta.

Para entender qual o objetivo do IDH, é importante compreender como, até sua criação, se media o desenvolvimento dos países. Um indicador costumeiramente utilizado e privilegiado por muitos governos e Estados, e ainda muito considerado, é o Produto Interno Bruto (PIB), que serve para mensurar a renda de um Estado nacional.

O problema é que esse indicador dá apenas a dimensão econômica do desenvolvimento de cada país, sem levar em conta outros aspectos, como sociais e de qualidade de vida do ser humano. Por isso, criou-se um índice que procura abordar não só a renda, mas também a educação e a saúde, para aferir como está sendo distribuída a riqueza produzida pelas nações.

Como é calculado o IDH

Para saber como é calculado o IDH, vale ressaltar as três dimensões que são consideradas por ele para formar o índice. A primeira é a longevidade, isto é, qual a expectativa de vida de cada pessoa ao nascer. Esse índice considera todas as mortes precoces para se aproximar de uma probablidade de quantos anos cada recém-nascido viverá. Esse resultado é impactado por fatores como: saúde, taxa de mortalidade infantil e violências nacionais.

índice de desenvolvimento humano

O segundo é a renda, ou seja, qual a renda per capita de cada cidadão. Para saber esse valor é preciso dividir toda a renda nacional pelo número de habitantes do país. Vale destacar que a renda per capita é dividida em dólar, devendo considerar a semelhança do poder de compra – método que mostra quanto a moeda local consegue comprar internacionalmente, deixando de lado o custo de vida local. A escolha pelo dólar existe para evitar distorções nos valores e, consequentemente, nos resultados.

O terceiro indicador é a educação, sendo que ele é dividido em dois: expectativa de anos de estudo para as crianças e a média de anos estudados (nos casos das pessoas maiores de 25 anos de idade).

Os três indicadores possuem o mesmo peso no resultado final. A média dos três números, obtidas após diversos cálculos, correspondem ao IDH do país. Como vimos, o número varia de 0 a 1. Quanto maior o índice daquele país, mais desenvolvido ele é. Com esses dados em mãos, o Pnud divide em um ranking as nações em quatro grupos, a saber:

  • Desenvolvimento humano baixo;
  • Desenvolvimento humano médio;
  • Desenvolvimento humano alto;
  • Desenvolvimento humano muito alto.

As críticas ao IDH e suas alternativas

No entanto, esse modelo é passível de críticas. E elas não são poucas. A questão da desigualdade é muito abordada para que o IDH tenha critérios questionáveis ou insuficientes. Por exemplo: um país pode possuir a renda muito concentrada em setores ricos da sociedade, possuir altíssimas taxas de pobreza e, mesmo assim, ter um IDH alto ou muito alto.

Há também questionamentos em outros campos de análise. É possível, por exemplo, que um país sob ditadura tenha um desenvolvimento humano maior que uma nação democrata. Isso pode nos levar a refletir se a ausência de liberdade não seria também um fator que devesse ser considerado, pois interfere no nível de qualidade de vida da população, já que afeta a liberdade em inúmeros aspectos da vida em sociedade.

o que é idh

Preocupada com essas questões do IDH, a ONU estabeleceu o Índice de Desenvolvimento Humano Ajustado pela Desigualdade (IDHAD) a partir de 2010. Desta forma, o Pnud recalcula o IDH a partir de um cálculo de desigualdade definido pelo economista britânico Anthony Barnes Atkinson. Com isso, os três índices que definem o IDH são repassados sob a ótica desse cálculo, que considera a desigualdade em todos os seus aspectos medidores.

Isso possibilita que o resultado do IDH seja corrigido, geralmente para baixo. Isso ocorre, pois, a desigualdade social ainda é grande e grassa todas as nações, umas mais outras menos. Por exemplo, com o IDHAD, a Islândia sobe seis posições no ranking do IDH e fica com o segundo maior IDH do mundo. Os Estados Unidos, por sua vez, caem 10 posições.

IDH Municipal

O IDH inspirou que outras iniciativas fossem criadas em todo o planeta. É o caso do Brasil, que criou o IDH Municipal (IDH-M), que analisa os mesmos três indicadores do IDH para analisar a qualidade de vida das suas mais de 5 mil cidades.

Os dados são obtidos a partir do Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e é levantado sempre a cada 10 anos – a última vez que ocorreu foi em 2010. Esses dados por municípios podem ser conferidos clicando aqui.

IDH no Brasil

O IDH no Brasil é considerado atualmente alto, embora tenha se mantido estável pela primeira vez desde 2010. O último IDH foi divulgado em março de 2017, mas com dados do IDH 2015, ano da última coleta de informações.

Desde 2010, o país estava se mantendo em uma rota ascendente de seu IDH, como a lista abaixo indica. Mas, no IDH 2017 (que corresponde aos dados de 2015), o número alcançado foi idêntico ao do IDH 2016 (informações de 2014) o que traz preocupação para o país de que a crise econômica que afetou o Brasil possa estar interferindo nos avanços sociais promovidos nos últimos anos.

Evolução do IDH do Brasil

2010 – 0,724

2011 – 0,730

2012 – 0,734

2013 – 0,747

2014 – 0,754

2015 – 0,754

O Brasil segue atrás de países da sua própria região no IDH estabelecido pela ONU. É o caso do Chile (38º do ranking, com IDH 0,847), da Argentina (45º lugar, com IDH 0,827), do Uruguai (54º colocado com 0,795) e da Venezuela (71º lugar, com IDH 0,767). Em comparação com os países do Mercosul, o Brasil fica à frente somente do Paraguai, que está na 110ª colocação, com IDH 0,693. Na América Central, o Estado brasileiro está atrás de Cuba (68º lugar, com IDH 0,775), Trinidad e Tobago (65ª colocação, com IDH 0,780) e Barbados (54º lugar, com IDH 0,795).

Em comparação com os países do BRICS, grupo formado por Brasil, Rússia, Índica, China e África do Sul, o país está atrás apenas da Rússia, que possui o IDH 0,804 e está na 49ª colocação. A China está no 90º lugar, com IDH 0,738 (excluindo Hong Kong), à frente da África do Sul, 119º lugar, com IDH de 0,666, e da Índia, situada na 131ª colocação, com IDH 0,624.

A seguir é possível conferir o IDH ranking com os 10 países com melhor desenvolvimento humano e a posição do Brasil:

Ranking do IDH

1º – Noruega – 0,949

2º – Austrália – 0,939

2º – Suíça – 0,939

4º – Alemanha – 0,926

5º – Dinamarca – 0,925

5º – Singapura – 0,925

7º – Países Baixos – 0,924

8º – Irlanda – 0,923

9º – Islândia – 0,921

10º – Estados Unidos – 0,920

10º – Canadá – 0,920

79º – Brasil – 0,754

Agora, se aplicar o cálculo de desigualdade do IDHAD, o Brasil despenca mais um pouco no ranking e principalmente no índice. Com o IDH Ajustado à Desigualdade, o país cairia 19 posições no ranking, com um total de 0,561 de IDH.

Ao desmembrar os indicadores do IDH no Brasil, temos o seguinte:

  • Renda nacional bruta per capita: R$ 1.113,00;
  • Média de anos de estudo (maiores de 25 anos): 7,8 anos;
  • Expectativa de anos de estudo (pessoas com idade escolar): 15,2 anos;
  • Expectativa de vida ao nascer: 74,7 anos.